segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O GALO ANGUSTIADO




O galo angustiado

Não era ele que levantava o sol.

Era uma vez um grande quintal onde reinava soberano e poderoso galo. Orgulhoso de sua função, nada acontecia no quintal sem que ele soubesse e participasse. Com sua força descomunal e coragem heróica, enfrentava qualquer perigo. Era especialmente orgulhoso de si mesmo, de suas armas poderosas, da beleza colorida de suas penas, de seu canto mavioso.

Toda manhã acordava pelo clarão do horizonte e bastava que cantasse duas ou três vezes para que o sol se elevasse acima para o céu. "O sol nasce pela força do meu canto", dizia ele. "Eu pertenço à linhagem dos levantadores do sol. Antes de mim era meu pai; antes de meu pai era meu avô!" ...

Um dia uma jovem galinha de beleza esplendorosa veio morar em seu reinado e por ela o galo se apaixonou. A paixão correspondida culminou numa noite de amor para galo nenhum botar defeito. E foi aquele amor louco, noite adentro. Depois do amor, já de madrugada, veio o sono. Amou profundamente e dormiu profundamente.

As primeiras luzes do horizonte não o acordaram como de costume. Nem as segundas. ... Para lá do meio dia, abriu os olhos sonolentos para um dia azul, de céu azul brilhante e levou um susto de quase cair. Tentou inutilmente cantar, apenas para verificar que o canto não lhe passava pelo nó apertado da garganta. - "Então não sou eu quem levanta o sol?", comentou desolado para si mesmo. E caiu em profunda depressão. O reconhecimento de que nada havia mudado no galinheiro enquanto dormia trouxe-lhe um forte sentimento de inutilidade e um questionamento incontrolável de sua própria competência. E veio aquele aperto na garganta. A pressão no peito virou dor. A angústia se instalou definitivamente e fez com que ele pensasse que só a morte poderia solucionar tamanha miséria. "O que vão pensar de mim?", murmurou para si mesmo, e lembrou daquele galinho impertinente que por duas ou três vezes ousou de longe arrastar-lhe a asa. O medo lhe gelou nos ossos. Medo. Angústia. Andou se esgueirando pelos cantos do galinheiro, desolado e sem saída.

Do fundo de seu sentimento de impotência, humilhado, pensou em pedir ajuda aos céus e rezou baixinho, chorando. Talvez tenha sido este momento de humildade, único em sua vida, que o tenha ajudado a se lembrar que, em uma árvore, lá no fundo do galinheiro, ficava o dia inteiro empoleirado um velho galo filósofo que pensava e repensava a vida do galinheiro e que costumava com seus sábios conselhos dar orientações úteis a quem o procurasse com seus problemas existenciais.

O velho sábio o olhou de cima de seu filosófico poleiro, quando ele vinha se esgueirando, tropeçando nos próprios pés, como que se escondendo de si mesmo. E disse: "Olá! Você nem precisa dizer nada, do jeito que você está. Aposto que você descobriu que não é você quem levanta o sol. Como foi que você se distraiu assim? Por acaso você andou se apaixonando?". Sua voz tinha um tom divertido, mas ao mesmo tempo compreensivo, como se tudo fosse natural para ele. A seu convite, o galo angustiado empoleirou-se a seu lado e contou-lhe a sua história. O filósofo ouviu cada detalhe com a paciência dos pensadores. Quando o consulente já se sentia compreendido, o velho sábio fez-lhe uma longa preleção:

"Antes, quando você ainda achava que até o sol se levantava pelo poder do seu canto, digamos que você estava enganado. Para definir seu problema com precisão, você tinha o que pode ser chamado de "Ilusão de Onipotência". Então, pela mágica do amor, você descobriu o seu próprio engano, e até aí estaria ótimo, porque nenhuma vantagem existe em estar tão iludido. Saiba você que ninguém acredita realmente nessa história de canto de galo levantar o sol. Para a maioria, isto é apenas simbólico: só os tolos tomam isto ao pé da letra. "Entretanto, agora", continuou o sábio pensador, "você está pensando que não tem mais nenhum valor, o que é de certa forma compreensível em quem baseou a vida em tão grande ilusão. Contudo, examinando a situação com maior profundidade, você está apenas trocando uma ilusão por outra ilusão. O que era uma 'Ilusão de Onipotência' pode ser agora chamado de 'Ilusão de Incompetência'. Aos meus olhos, continuou o sábio, nada realmente mudou. Você era, é e vai continuar sendo, um galo normal, cumpridor de sua função de gerenciar o galinheiro, de acordo com a tradição dos galináceos. Seu maior risco, continuou o pensador, é o de ficar alternando ilusões. Ontem era 'Ilusão de Onipotência', hoje, 'Ilusão de Incompetência'. Amanhã você poderá voltar à Ilusão de Onipotência novamente, e depois ter outra desilusão... Pense bem nisto: uma ilusão não pode ser solucionada por outra ilusão. A solução não está nem nas nuvens nem no fundo do poço. A solução está na realidade". Após um longo período de silêncio, o velho galo filósofo voltou-se para os seus pensamentos. Nosso herói desceu da árvore para a vida comum do galinheiro.

Na dia seguinte, aos primeiros raios da manhã, cantou para anunciar o sol nascente. E tudo continuou como era antes.

O CHORO DA ESTRELA




O Choro da Estrela

Estava Deus, a caminhar, sossegadamente, pelo universo...

Contemplava sua criação, e, aproveitando o passeio, verificava se tudo estava correndo bem.

Em certo ponto de sua caminhada, deparou-se com uma de suas estrelas, num choro compulsivo...

Com certa tristeza, aproximou-se e perguntou docemente:

- Por que choras, minha filha?

A pobre estrela, aos prantos, mal conseguia falar:

- Sabe, meu Pai... Estou triste... não consigo achar uma razão para a minha existência... O sol, com toda a sua magnitude, fornece calor, luz e energia às pessoas... As estrelas cadentes, incentivam paixões e sonhos... Os cometas, geram dúvidas e mistérios... E eu, aqui... parada...

Deus ouviu tudo atentamente... com doçura e paciência, decidiu explicar à estrela os porquês, porém, foi interrompido por uma voz, que vinha de longe...

Era uma criança, que caminhava com sua mãe, em um dos planetas da região...

A criança dizia à sua mãe:

- Veja mamãe! O dia já vai nascer!

A mãe ficou meio confusa... como podia, uma criança, que mal sabia as horas, saber que o sol já nasceria, mesmo estando tão escuro?

- Como você sabe disso, meu filho?

- Veja aquela estrela! Papai me disse que ela anuncia o novo dia. Ela sempre aparece pouco antes do sol, e aponta o lugar de onde o sol vai sair...

Ouvindo aquilo, a estrela pôs-se a chorar...

Deus, calmamente lhe falou:

- Podes ver? Sabes agora, o motivo de tua existência? Tudo o que criei, fiz por alguma razão de ser. És a estrela que anuncia o novo dia... E com o novo dia, renovam-se as esperanças, os sonhos... E serves para orientar os homens, para onde caminhar. Ao te ver, sabem que não estão perdidos, pois sabem qual o seu destino.

A estrela ouviu tudo atentamente... Sentiu uma alegria celestial invadindo sua vida...

A partir de então, ela brilhou cada vez mais, pois sabia que era importante e indispensável ao ciclo da vida.

Todos nós temos uma razão para estarmos aqui... Mesmo se não soubermos qual é exatamente esta razão, devemos viver a vida intensamente, semeando amor e espalhando alegrias... Só assim, a estrela que habita em nossos corações brilhará mais forte, iluminando a todos que estão à nossa volta. Fazendo isso, estaremos iluminando nossas próprias vidas.

O CAMINHO




O Caminho

Um dia, um bezerro precisou atravessar a floresta virgem para voltar a seu pasto.
Sendo animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, subindo e descendo colinas...
No dia seguinte, um cão que passava por ali, usou essa mesma trilha torta para atravessar a floresta.
Depois foi a vez de um carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela trilha torta.
Mais tarde, os homens começaram a usar esse caminho: entravam e saíam, viravam à direita, à esquerda, abaixando-se, desviando-se de obstáculos, reclamando e praquejando, até com um pouco de razão...
Mas não faziam nada para mudar a trilha.
Depois de tanto uso, a trilha acabou virando uma estradinha onde os pobres animais se cansavam sob cargas pesadas, sendo obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser vencida em, no máximo, uma hora, caso a trilha não tivesse sido aberta por um bezerro.
Muitos anos se passaram e a estradinha tornou-se a rua principal de um vilarejo, e posteriormente a avenida principal de uma cidade.
Logo, a avenida transformou-se no centro de uma grande metrópole, e por ela passaram a transitar diariamente milhares de pessoas, seguindo a mesma trilha torta feita pelo bezerro... centenas de anos antes...
Os homens tem a tendência de seguir como cegos por trilhas feitas por pessoas inexperientes, e se esforçam de sol a sol a repetir o que os outros já fizeram.
Contudo, a velha e sábia floresta ria daquelas pessoas que percorriam aquela trilha, como se fosse um caminho único... Sem se atrever a mudá-lo.

A propósito, qual é o seu caminho???

O BAMBU AMADO




O Bambu Amado

Era uma vez um maravilhoso jardim, situado bem no centro de um grande campo. O dono costumava passear pelo jardim, ao clarão do luar, à noite... Um belo bambu era para ele a mais bela e estimada de todas as árvores do seu jardim.

Ao seu olhar carinhoso, esse bambu crescia e se tornava cada vez mais formoso. Ele sabia que seu senhor o amava e que ele era sua alegria. Um dia, o dono, pensativo, aproximou-se do seu amado bambu e, num gesto de profunda veneração, o bambu inclinou sua cabeça imponente...

O senhor disse a ele:

– Querido bambu, eu preciso de você.

O bambu estava feliz, parecia ter chegado a grande hora de sua vida. Ele respondeu:

– Meu senhor, estou pronto, faze de mim o que quiseres!

– Bambu! – a voz do senhor era grave – Bambu, só poderei usá-lo, se eu o podar.

– Podar? A mim, senhor?! Por favor, não faças isso! Preserve a minha bela figura. Tu vês como todos me admiram, me elogiam!

– Meu bambu amado – a voz do senhor tornou-se ainda mais grave – não importa que o papariquem ou não... seu não o podar não poderei usá-lo...

No jardim tudo ficou silencioso. O vento segurou a respiração. Finalmente o lindo bambu se inclinou e sussurrou:

– Senhor, se não podes usar sem podar-me... então, faze comigo o que quiseres!

– Meu querido bambu – tornou o senhor – devo também cortar as suas folhas!

– Óh, senhor, se me amas, preserva-me de tal mal!! Podes destruir minha beleza, mas, por favor, deixa as minhas folhas!

– Não o posso usar se não arrancar-lhe as folhas.

A lua e as estrelas, confusas, escondem-se atrás das nuvens... Algumas borboletas e pássaros, que por ali brincavam, afastaram-se assustados. O bambu, meio trêmulo, à meia voz, disse:

– Senhor, corta-as!

Mas o senhor disse:

– Ainda não basta meu querido bambu. Devo cortá-lo pelo meio e tomar também seu coração. Se não fizer isso não poderá ser-me útil.

– Por favor, Senhor – disse o bambu – eu não poderei mais viver... Como viver sem o coração?

– Devo tirar seu coração, caso contrário não me serás útil.

Então o bambu inclinou-se até o chão e disse:

– Corta-me e divide-me se assim o desejares!

O senhor desfolhou o bambu... decepou os seus galhos... partiu-o em duas partes... tirou-lhe o coração. Depois, levou-o para o meio do campo ressequido, a uma fonte onde jorrava água fresca. Lá o senhor deitou cuidadosamente o seu querido bambu no chão. Ligou uma das extremidades do tronco decepado à fonte e a outra ele levou para o campo. E a fonte cantou as boas vindas.

As águas cristalinas precipitaram-se alegres pelo corpo dilacerado do bambu, correram sobre os campos tórridos e áridos, que por elas tanto tinham suplicado... Ali plantou-se o trigo, o arroz, o milho, rosas... e outras flores das mais variadas espécies e cores.

Os dias passaram, a sementeira brotou, cresceu e veio o tempo da colheita... farta e abundante. Assim, o maravilhoso e esbelto bambu. No seu aniquilamento e humildade, transformou-se numa benção especial.

Quando ele era belo e jovem, crescia somente para si e se alegrava com sua própria formosura. Agora, no seu despojamento, ele se tornou o canal do qual o senhor se serviu para tornar fecundas as suas terras... e muitos, muitos passaram a viver do pródigo tronco do bambu amado.

Mensagem esparsa (sem autoria)

NÁUFRAGO




Náufrago

Após um naufrágio o único sobrevivente agradeceu a Deus por estar vivo e ter conseguido se agarrar a parte dos destroços, e ficar boiando. Este único sobrevivente foi parar em uma ilha desabitada e fora de qualquer rota de navegação. E ele agradeceu novamente.
Com dificuldade, pegou os restos dos destroços e conseguiu montar um abrigo que pudesse protegê-lo do sol, da chuva, dos animais e guardar seus poucos pertences. Como sempre agradeceu a Deus.
Nos dias seguintes, a cada alimento que conseguia caçar ele agradecia. No entanto, um dia quando voltava para casa, encontrou o abrigo em chamas, envolto em nuvem de fumaça. Desesperado ele se revoltou e gritou chorando:
- O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus por que fizeste isso comigo?
Chorou tanto que adormeceu de canseira.
No dia seguinte, bem cedinho, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava.
- Viemos resgatá-lo, disseram...
- Como souberam que eu estava aqui? - perguntou o náufrago.
- Nós vimos o seu sinal de fumaça...
É comum nos sentirmos desencorajados e até desesperados quando as coisas vão mal... Mas Deus sempre age em nosso benefício, mesmo nos momentos de dor e sofrimento. Não se esqueça disso!

LENDA JUDAICA




Lenda Judaica

Deus convidou um Rabino para conhecer o céu e o inferno.
Ao abrirem a porta do inferno, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão onde se cozinhava uma suculenta sopa.
Em volta dela, estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas.
Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido que lhe permitia alcançar o caldeirão, mas não suas próprias bocas.
O sofrimento era imenso.
Em seguida, Deus levou o Rabino para conhecer o céu.
Entraram em uma sala idêntica a primeira, havia o mesmo caldeirão, as pessoas em volta, as colheres de cabo comprido.
A diferença é que todos estavam saciados.
- Eu não compreendo, disse o Rabino, por que aqui as pessoas estão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?
Deus sorriu e respondeu:
- Você não percebeu?
- É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros.

JÓIAS DEVOLVIDAS




Jóias Devolvidas

Narra antiga lenda árabe, que um rabi, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.
Certa vez, por imperativos da religião, o rabi empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.
No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.
A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.
Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste
notícia?
Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção.
Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil
questão.
Alguns dias depois, num final de tarde, o rabi retornou ao lar.
Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...
Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.
Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. Ela lhe perguntou sobre
a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.
A esposa, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: deixe os
filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.
O marido, já um pouco preocupado perguntou: o que aconteceu? Notei você
abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.
- Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo!
- O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?
- Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou
vaidades!... Por que isso agora?
- É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!
- Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.
- Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!
E o rabi respondeu com firmeza: ninguém perde o que não possui. Retê-las
equivaleria a roubo!
- Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Faremos isso juntos, hoje mesmo.
- Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido.
Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos.
- Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los.
Eles se foram.
O rabi compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram grossas
lágrimas. Sem revolta nem desespero.

Os filhos são jóias preciosas que o Criador nos confia a fim de que as ajudemos a burilar-se.
Não percamos a oportunidade de enfeitá-las de virtudes. Assim, quando tivermos que devolvê-las a Deus, que possam estar ainda mais belas e mais valiosas.

ERA UMA VEZ UMA CORRIDA DE SAPINHOS...





Era uma vez uma corrida de sapinhos...

Começou a competição.

Como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem alcançar o alto daquela torre, o que mais se ouvia era : " Que pena!!! Esses sapinhos não vão conseguir. Não vão conseguir."E os sapinhos começaram a desistir...Mas havia um que persistia e continuava a subida, em busca do topo... A multidão continuava gritando: " Que pena!!! Vocês não vão conseguir." E os sapinhos estavam mesmo desistindo um por um, menos aquele sapinho que continuava tranquilo,embora arfante. Ao final da competição, todos desistiram, menos ele. A curiosidade tomou conta de todos. Queriam saber o que tinha acontecido. E assim, quando foram perguntar ao sapinho como ele havia conseguido concluir a prova, descobriram que ele era surdo.

Não permita que pessoas com o péssimo hábito de serem negativas, derrubem as melhores e mais sábias esperanças de seu coração. Lembre-se sempre: Há poder em nossas palavras e em tudo que pensamos.

ELEFANTE ACORRENTADO





Elefante Acorrentado

Você já observou um elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corrente que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corrente fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.

Que mistério! Por que o elefante não foge?

Há alguns anos descobri que alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta: o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno.

Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar. E, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele. E o elefantinho tentava, tentava e nada. Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado na estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo.

Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode. Para que ele consiga quebrar os grilhões, é necessário que ocorra algo fora do comum, como um incêndio, por exemplo. O medo do fogo faria com que o elefante em desespero quebrasse a corrente e fugisse.

Isso muitas vezes acontece conosco! Vivemos acreditando em um montão de coisas "que não podemos ter", "que não podemos ser", "que não vamos conseguir", simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes, algo não deu certo ou ouvimos tantos "nãos" que "a corrente da estaca" ficou gravada na nossa memória com tanta força que perdemos a criatividade e aceitamos o "sempre foi assim".

Poderia dizer que o fogo para nós seria: a perda de um emprego, doença de alguém próximo sem que tivéssemos dinheiro para fazer o tratamento, ou seja, algo muito grave que nos fizesse sair da zona de conforto.

A única maneira de tentar de novo é não ter medo de enfrentar as barreiras, colocar muita coragem no coração e não ter receio de arrebentar as correntes!

Não espere que o seu "circo" pegue fogo para começar a se movimentar. Vá em frente!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

CICATRIZES




CICATRIZES

Há alguns anos, em um dia quente de verão, um pequeno menino decidiu ir nadar no lago que havia atrás de sua casa.
Na pressa de mergulhar na água fresca, foi correndo e deixando para trás os sapatos, as meias e a camisa.
Voou para a água, não percebendo que enquanto nadava para o meio do lago, um
jacaré estava deixando a margem e entrando na água.
Sua mãe, em casa, olhava pela janela enquanto os dois estavam cada vez mais
perto um do outro.
Com medo absoluto, correu para o lago, gritando para seu filho o mais alto quanto conseguia.
Ouvindo sua voz, o pequeno se alarmou, deu um giro e começou a nadar de volta ao encontro de sua mãe.
Mas era tarde.
Assim que a alcançou, o jacaré também o alcançou.
A mãe agarrou seu menino pelos braços enquanto o jacaré agarrou seus pés.
Começou um cabo-de-guerra incrível, entre os dois.
O jacaré era muito mais forte do que a mãe, mas a mãe era por demais apaixonada para deixá-lo ir.
Um fazendeiro que passava por perto, ouviu os gritos, pegou uma arma e disparou no jacaré.
De forma impressionante, após semanas e semanas no hospital, o pequeno menino sobreviveu.
Seus pés extremamente machucados pelo ataque do animal, e, em seus braços,
os riscos profundos onde as unhas de sua mãe estiveram cravadas no esforço sobre o filho que ela amava.
Um repórter de jornal que entrevistou o menino após o trauma, perguntou-lhe
se podia mostrar suas cicatrizes.
O menino levantou seus pés.
E então, com óbvio orgulho, disse ao repórter:
"Mas olhe em meus braços".
"Eu tenho grandes cicatrizes em meus braços também".
"Eu as tenho porque minha mãe não deixou eu ir".
Você e eu podemos nos indentificar com esse pequeno menino.
Nós também temos muitas cicatrizes.
Não a de um jacaré, ou qualquer coisa assim tão dramática.
Mas as cicatrizes de um passado doloroso.
Algumas daquelas cicatrizes são feias e causam-nos profunda dor.
Mas, algumas feridas, meu querido amigo, minha querida amiga, são porque Deus se recusou a nos deixar ir.
E enquanto você se esforçava, Ele estava lhe segurando.
Se hoje o momento é difícil, talvez o que está te causando dor seja Deus cravando-lhe suas unhas para não te deixar ir.
Lembre-se do jacaré e muito mais daquele que mesmo em meio a tantas lutas
nunca vai te abandonar.
Deus certamente vai fazer o que for necessário para não te perder, ainda que
para isso seja preciso deixar-lhe cicatrizes.
Lembre-se: Você é especial para Deus.)